quarta-feira, 17 de março de 2010

A praia, Hélio Galvão e a literatura

Gilmara Benevides, Sanderson Negreiros e Diva Cunha - biografia de Helio Galvão

Fábio Farias
http://revistacatorze.com.br/?p=224

Discutir a qualidade literária dos escritores potiguares é algo fundamental no crescimento local. Indiscutível é a necessidade de conhecer o que se produz , o que se produziu localmente e quem são os maiores nomes de uma literatura muitas vezes vista com preconceitos entre a população do Rio Grande do Norte.

A primeira mesa da segunda noite do Festival Literário de Pipa acertou em cheio ao dedicar uma discussão a um dos escritores mais famosos entre o circuito intelectual potiguar, mas praticamente desconhecido da população local. Hélio Galvão, seus livros, sua história e sua relação com a praia foi o eixo principal de uma mesa que teve a participação da antropóloga Gilmara Benevides, do jornalista Sanderson Negreiros e da poeta Diva Cunha.

Diferente do primeiro dia, o público que acompanhou as discussões era bem menor e a sensação de vazio foi marcante. Isso, porém, não atrapalhou o andamento da conversa – que teve como destaque a antropóloga Gilmara Benevides, biógrafa do escritor, que falou de uma das principais características de Hélio, um observador que olhava com estranheza aquilo que lhe era familiar.

Sua relação com a praia foi destrinchada por Diva Cunha, que falou sobre um dos livros mais famosos de Hélio, Cartas da Praia, uma coletânea feita ainda na década de 60 de cartas publicadas no jornal Tribuna do Norte. Hélio é nascido no município de Tibau do Sul e tem no litoral grande parte da sua inspiração.

Sanderson Negreiros, visivelmente emocionado, dedicou sua fala para assuntos que envolviam mais a relação pessoal de Hélio e de outros intelectuais potiguares. Discutir a literatura potiguar, da forma como foi feito, foi um dos bons trunfos da segunda noite do festival.

sábado, 26 de setembro de 2009

Lançamento de livros e debates agitam Pipa

O jornalista Sanderson Negreiros e a escritora Gilmara Benevides


Publicação: 26 de Setembro de 2009 às 00:00

Literatura da periferia, Hélio Galvão e Euclides da Cunha foram os temas que aqueceram o segundo dia do 1º Festival Literário de Pipa. Depois das tendas com oficinas literárias - direcionadas para as crianças e os adolescentes – foi a vez das tendas dos debates com os escritores Raimundo Carrero, Heloísa Buarque de Hollanda, Diva Cunha, Carlos de Souza, Sanderson Negreiros, Daniel Piza, Gilmara Benevides e o jornalista Tácito Costa. Eles que reinventam a vida em seus romances, contos e poemas, hoje conseguiram transcender a palavra e socializar seus pensamentos com o público.

A primeira tenda teve Diva Cunha (autora de livros como “Canto de Página” e “Palavra Estampada”), debatendo com o escritor Sanderson Negreiros com mediação da pesquisadora Gilmara Benevides, biógrafa de “Hélio Galvão – o saber como herança”. Juntos eles trouxeram a memória de Hélio Galvão e a cultura praieira. Na segunda tenda da noite, o tema “literatura da periferia” deixou o público com vontade de virar escritor. Heloísa Buarque de Hollanda contou como se apropria de outras linguagens para explorar a palavra. Ela acredita que a literatura deve ser sedutora, por isso a música, o teatro e outras formas de arte precisam estar unidas no exercício de estimulo à leitura. “A poesia está fora do limite do papel. Por isso é importante jogar uma luz na palavra e deixa-la aparecer”, disse Heloísa logo após o depoimento de uma leitora na plateia sobre um açougueiro em Brasília que fez do açougue uma biblioteca.

Entre perguntas e inquietações da plateia, o escritor pernambucano Raimundo Carrero falou sobre seu processo de escrita, da salvação que pode ser a literatura para o ser humano e principalmente sobre a educação, palavra mais forte da noite. “A leitura precisa ser estimulada dentro de casa, a todo o tempo. Se você tem filhos e na sua casa não existe livro, não ache estranho se seu filho não ligar para a leitura. O mundo não é só crescer, criar família e morrer, o mundo é também ler”, disse Carrero.

domingo, 20 de setembro de 2009

I FLIPA - Festival Literário da Pipa


Semana que vem vai começar o I Festival Literário de Pipa, também conhecido como Flipa. Eu terei a honra de participar do evento na mesa “Lobão tem razão?”, na qual debaterei com o jornalista Isaac Ribeiro e o cantor Lobão sobre as polêmicas opiniões do próprio. Vai ser no mínimo muito divertido, disso tenho certeza. A programação completa você vê aí embaixo. E pode começar a fazer as malas.

I FLIPA: FESTIVAL LITERÁRIO DA PRAIA DE PIPA
PROGRAMAÇÃO

QUINTA, 24 DE SETEMBRO DE 2009

09h às 10h — Tenda
Pipinha Literária: “Entre livros”

Conversas com autores locais, lançamento de livros e rodas de leitura abordando textos literários para formação de leitores. Participação de dois importantes escritores de livros infantis: a professora Salizete Freire Soares, que escreveu “Bicho Pra Que Te Quero”, “Mundo Pra Que Te Quero” e “Vida Pra Que Te Quero”; e o jornalista Juliano Freire, autor de “Pereyra o menino bom de bola” e “Doninha e o marimbondo”.

10h às 11h — Tenda
Pipinha Literária: “Poesia”

A professora de Letras e Arte-educadora Maria Magna Costa Fernandes falará sobre poesia e as múltiplas possibilidades da leitura através do texto poético.

14h às 15h30 — Tenda
Pipinha Literária : “Praticando a Leitura e a Escrita”.

Oficina de leitura e escrita que aborda, com criatividade e simplicidade, textos literários marcados pela imaginação e fantasia, sob a coordenação do professor Rômulo Augusto Soares Gurgel, graduado em Letras – UERN e especialista em Educação de Jovens e Adultos - UFRN

16h30 — Sede da ong Educapipa
Oficina de Criação literária de Raimundo Carrero (1º dia)

Para o escritor pernambucano Raimundo Carrero, a intuição tem grande importância na qualidade de um livro e não há regras para a criação. Mas existem técnicas que ajudam, e muito, na produção literária. São essas técnicas presentes na obra “A Preparação do escritor”, resultado das oficinas literárias concorridíssimas que o escritor vem realizando por todo o Brasil. Aqui, a oficina é voltada a estudantes e consiste em exercícios intensivos e leituras. Autor de quinze livros de ficção e com vários prêmios na estante, o romancista e jornalista, tem como obras de destaque Somos Pedras que se Consomem (1995), com a qual ganhou os prêmios Machado de Assis e APCA; As Sombrias Ruínas da Alma (1999), Prêmio Jabuti; e ainda Ao Redor do Escorpião…Uma Tarântula?.

17h30 – Tenda literária
Mesa 1: “Clementino Câmara: Do nascimento em Pipa à Censura do Estado Novo”

Foi “cascavilhando” estantes que o escritor e professor Geraldo Queiroz encontrou a tal geringonça. Em vez de coisa malfeita, nela continha a riqueza intelectual e as idéias de um mestre à frente do seu tempo. “A Geringonça do Nordeste – A Fala Proibida do Povo” é, portanto, o ponto de partida para se resgatar e discutir a obra de Clementino Câmara, nascido na região de Pipa, escritor, professor autodidata em Natal e autor de uma obra que mostra a importância da fala do povo na construção da nossa história contemporânea — obra esta censurada durante o regime do Estado Novo. Acompanhando a trajetória de Clementino e fazendo a mediação estará o professor Humberto Hermenegildo, professor universitário e pesquisador no Núcleo Câmara Cascudo de Estudos Norte-Rio-Grandenses.

18h00 — Tenda literária
Abertura oficial do I Festival Literário da Pipa-Flipa, pela Excelentíssima Governadora Wilma de Faria

19h00 — Tenda literária
Mesa 2: “Literatura e Viagens”

Para quem nasceu na Etiópia, morou na Itália e cresceu no Brasil, falar de viagens e livros é como falar de si mesmo. Exímia contadora de histórias, a escritora Marina Colasanti falará de si mesma ao partir nesta viagem literária tendo como mediadora a jornalista potiguar Josimey Costa, diretora da Tv Universitária/Cultura e professora de Cinema do curso de Comunicação Social da UFRN. Na rica bagagem desta ilustre senhora de 72 anos estão 33 livros publicados, entre contos, romances, poesia, prosa, literatura infantil e infanto-juvenil e um encantamento único de quem escreveu obras premiadas como “Eu Sei mas não devia”, “Rota de Colisão”, “E por falar em Amor”, “Contos de Amor Rasgados” e “23 Histórias de um viajante”.

20h30 — Tenda literária
Mesa 3: “Jornalismo, Literatura, Memórias”

Ela fez nesta vida o que muita gente precisaria de muitas encarnações para realizar: aos 15 anos já era habitué da casa de Di Cavalcanti e aos 18 foi a primeira modelo brasileira contratada por uma maison francesa. Amiga de Vinicius de Moraes, irmã de Nara Leão, viu a bossa nova nascer em sua sala. Com três filhos pequenos, trocou um casamento sólido com um político famoso, Samuel Weiner, para viver um grande amor com Antônio Maria, um jornalista boêmio e pobre. Foi jurada, promoter, jornalista e lançou obra sobre etiqueta social (Na sala com Danuza) que virou sucesso editorial. Uma das maiores personalidades do mundo jornalístico, artístico e cultural do Brasil, Danuza Leão, que recentemente publicou suas memórias no livro “Quase Tudo” (Companhia das Letras), conversará sobre a intensa e emocionante história de vida, alinhavando-a a importantes personagens e acontecimentos que gravitaram em torno dela; do society à vida política, do mundo artístico ao jornalismo, tendo como mediador o experiente jornalista e cronista potiguar Woden Madruga, colunista do jornal Tribuna do Norte e ex-presidente da Fundação José Augusto.

SEXTA, 25 DE SETEMBRO DE 2009

09h às 10h — Tenda/praça
Pipinha literária: “Entre Artes e Brincadeiras: as artes cênicas”

Atividades desenvolvidas para crianças e adolescentes envolvendo teatro, dança popular e mímica, sob a coordenação da educadora Maria do Carmo Dantas, graduada em Artes Cênicas pela UFRN, atriz e contadora de histórias.

10h às 11h — tenda
Pipinha literária: “Artes visuais”

Pintura, desenho e dobradura serão técnicas artísticas vivenciadas em oficinas com os arte-educadores Luiz Élson Dantas, graduado em Educação Artística pela UFRN com Especialização em Teoria da Arte – UFPE, desenhista e escritor; e Maria Geruza Soares Câmara, formada com Licenciatura Plena em Geografia e Ensino de Arte – UFRN.

10h às 11h — Tenda/praça
Pipinha literária: “Música, brinquedos cantados”

Série de atividades lúdicas com objetivo de levar as crianças a vivenciarem o universo das cantigas e dos brinquedos musicais. Com oficinas de roda, emboladores de coco e Repentistas. Participam Maria Magna Costa Fernandes dos Santos, Silvana Amália Carvalho Araújo, professora de Educação Física com Especialização em Verbo Tonal (D-a) e Deficiência Auditivo-Mental e Arte Educadora; Ricardo França da Silva – Buihú, Tecnólogo em Lazer, brincante, Assessor Técnico da Fundação José Augusto e Antonio Soares, Arte-educador com Especialização em Jovens Portadores de Deficiências

14h às 15h30 — Tenda/praça
Pipinha literária: Música

Oficinas de Brincadeira de rua e brinquedos cantados. Mais oficinas de roda, emboladores de coco e repentistas, sob a coordenação de Maria Magna Costa Fernandes dos Santos, Silvana Amália Carvalho Araújo e Antonio Soares.

16h30 — Sede da ONG Educapipa
Oficina de Criação literária de Raimundo Carrero (2º dia)

Para o escritor pernambucano Raimundo Carrero, a intuição tem grande importância na qualidade de um livro e não há regras para a criação. Mas existem técnicas que ajudam, e muito, na produção literária. São essas técnicas presentes na obra “A Preparação do escritor”, resultado das oficinas literárias concorridíssimas que o escritor vem realizando Brasil a fora. Aqui, a oficina é voltada a estudantes e consiste em exercícios intensivos e leituras.

17h30 — Tenda literária
Mesa 4: Hélio Galvão: A cultura praieira

Poucos intelectuais se credenciaram tanto à gratidão de sua terra e ao mesmo tempo dos estudiosos da História como o pesquisador, escritor e advogado Hélio Mamede de Freitas Galvão. No mundo confuso dos arquivos e cartórios, e no árduo universo da pesquisa histórica, Hélio Galvão percorreu quilômetros; da Fortaleza da Barra do Rio Grande à Tibau do Sul. Ao traçar a radiografia a trajetória humana e toda riqueza cultural produzida por ele, o jornalista contista, cronista, escritor e intelectual potiguar Sanderson Negreiros refaz essa trajetória tendo como debatedora a poeta e professora Diva Cunha, um dos nomes mais embasados da intelectualidade feminina potiguar, autora das obras poéticas ‘Canto de página’, ‘Palavra estampada’, ‘Coração de lata’ e o mais novo ‘Resina’; tendo ainda como mediadora a pesquisadora Gilmara Benevides, biógrafa de Hélio Galvão e autora do livro “Hélio Galvão - O Saber Como Herança” (edição Letras Potiguares/Funcarte).

19h00 — Tenda literária
Mesa 5: Literatura da Periferia

Jovem, bela e de esquerda. Assim ela foi retratada pelo escritor e jornalista Zuenir Ventura no famoso livro “1968 – o ano que não terminou”. Mito e ícone da intelectualidade carioca daquele ano revolucionário, Heloísa Buarque de Hollanda é hoje professora titular de Teoria Crítica da Cultura da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e conhece como poucos estudiosos os ideais desencadeados em 1968 e herdados pelas novas gerações: a cultura como instrumento de transformação social é um deles. Nesta jornada pela cultura produzida pelas periferias, a autora terá como debatedor o escritor pernambucano Raimundo Carrero, autor de quinze livros de ficção e vários prêmios na estante, e ainda como mediador o jornalista e escritor Carlos de Souza, autor de Crônica da Banalidade”, “Cachorro Magro” e “É tudo fogo de palha”.
20h — Tenda Literária

Exibição do documentário “Um Paraíso Perdido”
O documentário, exibido antes da mesa literária sobre o tema “Euclides da Cunha”, é dirigido pelo escritor e jornalista Daniel Piza com fotografia de Tiago Queiroz. O curta reconstitui a viagem à Amazônia realizada em 1905 pelo escritor Euclides da Cunha. (duração: 24 min)

20h30 — Tenda literária
Mesa 6: “A Amazônia de Euclides”

No ano do centenário de morte de Euclides da Cunha, o escritor e jornalista do jornal O Estado de São Paulo Daniel Piza mergulha neste universo pouco percebido e debatido na obra euclideana — a sua relação com a natureza e a ciência. O autor não só fez uma meticulosa pesquisa sobre caminho percorrido por Euclides da Cunha na Amazônia no começo de século XX, como também refez ele mesmo os passos do autor de Os Sertões, o que resultou no documentário “Um Paraíso Perdido” (24min), curta que será exibido na ocasião. Tendo como mediador o jornalista e crítico literário Tácito Costa, Piza abordará também outros temas da vida e obra de Euclides da Cunha.


SÁBADO, 26 DE SETEMBRO DE 2009

09h às 10h — Tenda
Pipinha Literária: “Entre Coisas e Palavras”

Três experientes educadoras se unem para compartilhar com o público infanto-juvenil a leitura de obras de intelectuais que estudaram a nossa terra e região — Clementino Câmara, Hélio Galvão e Antônio Marinho. O objetivo é proporcionar uma maior apreciação e valorização da arte local, regional e nacional. Participam da oficina Maria Magna Costa Fernandes dos Santos; Silvana Amália Carvalho Araújo; Erileide Maria Oliveira Rocha.

10h às 11h — Tenda
Pipinha Literária: “Teatro de Bonecos”

Herdeiro legítimo do universo mágico do Teatro de Bonecos, o artista e bonequeiro Josivan de Chico Daniel — filho do mais ilustre bonequeiro do RN, mestre Chico Daniel — é o convidado desta oficina que vai mostrar técnica de manipular e dar vida ao “João Redondo”.

14h às 15h30 — Tenda
Pipinha Literária : “Cordel”.

Apreciação e valorização da arte local, regional e nacional através da literatura de cordel, tendo como condutor o historiador e escritor Antonio Francisco Teixeira de Melo, um dos nomes mais importantes da literatura de cordel no Rio Grande do Norte. Além de historiador e poeta, é compositor e xilógrafo — Antônio Francisco é um dos poucos que ainda confecciona placas.

14h às 15h30 — Tenda
Pipinha Literária : “Repente”

Conduzido pelo poeta e educador Gilmar Leite, a oficina vai proporcionar às crianças e adolescentes uma apreciação da musicalidade e beleza poética da arte dos repentistas.

16h00 — Sede da ONG Educapipa
Oficina de Criação literária de Raimundo Carrero (3º dia)

Para o escritor pernambucano Raimundo Carrero, a intuição tem grande importância na qualidade de um livro e não há regras para a criação. Mas existem técnicas que ajudam, e muito, na produção literária. São essas técnicas presentes na obra “A Preparação do escritor”, resultado das oficinas literárias concorridíssimas que o escritor vem realizando Brasil a fora. Aqui, a oficina é voltada a estudantes e consiste em exercícios intensivos e leituras.

16h00 — Tenda literária
Mesa 7: “O romanceiro potiguar: vida e poesia”.

Como proposta de reflexão sobre aspectos relacionados ao romanceiro Potiguar, a professora de Literatura e Doutora em Letras pela UFPB, Lílian Rodrigues, mergulha neste gênero literário para situar as principais referências, estudos realizados, ao mesmo tempo enfatizar que este tipo de produção não está separado da existência social e cotidiana de seus produtores, ou seja, poesia e vida se entrelaçam. Como mediador desta palestra, o antropólogo Luiz Assunção, professor do Departamento de Antropologia da UFRN.

17h30 — Tenda literária
Mesa 8: “Homero Homem de Siqueira – o filho do Rio Catu”

O escritor e poeta potiguar nascido em Canguaretama Homero Homem de Siqueira é considerado o autor ficcional mais lido no RN. Suas obras tiveram várias edições. Só “Menino de Asas” foi editado 22 vezes (Ed Record, ed Ática, entre outras) , além de ser o único autor com obra traduzida em outra língua — o clássico “Cabra das Rocas” (“Gente delle Rocas” – tradução italiana de 1977). Sua poesia também é de grande relevância entre as correntes poéticas. Homero Homem pode ser definido como neo-romântico, pós-Geração 45. Para falar sobre sua obra, nada melhor do que outro grande romancista, o escritor Nei Leandro de Castro, autor de obras importantes como ‘O Dia das Moscas’, ‘As Dunas Vermelhas’ e ‘As Pelejas de Ojuara’, esta premiada pela União Brasileira dos Escritores e que virou filme. Para debater o tema estará o artista plástico, professor, ensaísta e poeta Dorian Gray, tendo ainda como mediadora a poetisa e jornalista Marize Castro, nome consagrado da poesia potiguar, reconhecida pela refinada obra que publicou — ‘Marrons crepons marfins’, ‘Rito’, e ‘Poço. Festim. Mosaico’.

19h — Tenda literária
Mesa 9: “Lobão tem razão?”

“…Mais vale um Lobão/Do que um leão/Meto um sincerão/E nada se dá/O rock acertou/Quando você tocou/Com sua banda/E tamborim/Na escola de samba/E falou mal/Do seu amor….” A polêmica canção de Caetano Veloso “Lobão tem razão” mostra a necessidade de se rebelar, de fazer renascer o seu “sentimento de ser de esquerda”, como ele mesmo escreveu no blog recentemente; ou ainda como declarou há alguns anos: “Toda vez que Lobão falou mal de mim, eu gostei”. Agora, será o próprio Lobão — João Luíz Woerdenbag Filho – em carne, osso, idéias e polêmicas, a conversar sobre este e outros temas tendo como debatedor o escritor, poeta e publicitário Patrício Júnior, do coletivo Jovens Escribas, com sete livros publicados entre eles “Lítio; e mediação do jornalista, cantor e músico Isaac Ribeiro.

20h30 — Tenda literária
Mesa 10: “Galiléia e o exílio do sertão”

A partir de uma reportagem lida em um jornal emprestado da esposa, há oito anos, o romancista cearense radicado em Recife Ronaldo Correia de Brito pariu um dos mais importantes romances da atualidade. Em Galiléia, Prêmio São Paulo de Literatura como o romance do ano, ele faz um mergulho entre dois mundos distintos: o arcaico do sertão e o globalizado, através da história de uma família cujo patriarca, Raimundo Caetano, já moribundo, vai morrer e reúne os membros de seu clã sertanejo — os filhos e netos que migraram e os que ficaram na fazenda Galiléia, interior do Ceará. Cada membro da família construiu, ao longo do tempo, seu repertório de aflições e a visita à fazenda provoca o cruzamento terrível de todas essas angústias. Galiléia é portanto, o fio que conduz esta conversa tendo como debatedor o jornalista potiguar Osair Vasconcelos, e como mediador o poeta, professor e crítico literário Moacir Cirne.

Espaço Literário da Siciliano – Lançamentos e autógrafos
Autores das mesas: Todos os autores participantes das mesas literárias autografarão seus livros no Espaço Siciliano

Outros Autores locais:
Sexta, 25
19h – “Hélio Galvão, O Saber como Herança”, de Gilmara Benevides Costa
20h – “O Aprendiz da Liberdade”
Autora: Marlene Dantas Santana

Sábado, 26
19h – “Guia das Belezas do Rio Grande do Norte”, de Márcia Monteiro de Carvalho / Erich Ettensperger

20h – “Tarô Sagrado dos Deuses Hindus”, de Sri Madana Mohana

Escritora lança livro sobre Helio Galvão na Livraria Siciliano


O Jornal de Hoje -
13/10/2007

A biografia “Hélio Galvão - O saber como herança”, da escritora potiguar Gilmara Benevides, é resultado de dois anos de pesquisa Advogado, escritor e membro da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, Hélio Mamede de Freitas Galvão, é considerado um dos grandes nomes da elite cultural do Estado e até mesmo do país. Sua memória, além do cenário cultural e político de sua época, chegam aos leitores pelas páginas do livro "Hélio Galvão - O Saber Como Herança", de Gilmara Benevides Costa, que será lançado na quarta-feira, a partir das 19h, na Livraria Siciliano do Midway Mall.

O novo livro de Gilmara consiste em uma obra sobre a história do Rio Grande do Norte, traçada desde a expedição que trouxe para o Estado João Lostão Navarro, o mais antigo ancestral de Hélio Galvão, até a contemporaneidade. "O livro é onde exercito como técnica uma literatura aprofundada na historiografia norte-rio-grandense e de leitura acessível à maioria das pessoas", explica a autora.

Com ilustrações do artista plástico Cláudio Damasceno, a obra, através de uma narrativa particular da autora, traça a radiografia a trajetória humana e toda riqueza cultural produzida por ele. "Uma obra sobre este intelectual não tem como não falar sobre a política e a cultura do Estado. Como metodologia, utilizei a Nova História Cultural, o que quer dizer que no livro insiro um embasamento científico, todavia sem ser hermético", explica Gilmara.

A autora reconstituiu a vida e a obra de Hélio Galvão a partir do acervo dele, preservado na Fundação Hélio Galvão. Com essa biografia, Gilmara pretende incentivar professores a iniciarem seus alunos na leitura de nossos escritores, na perspectiva de incentivar prováveis novos autores e autoras. Esse é um livro também dedicado ao público em geral, que deseja mergulhar na história do nosso Estado.

A idéia de lançar a biografia de Hélio Galvão surgiu depois que a autora iniciou a pesquisa para constituição de seu primeiro livro, intitulado "O Canto Sedutor de Chico Daniel". "A primeira vez que li sua obra foi em 2003 quando ainda pesquisava para escrever uma dissertação de mestrado em Antropologia Cultural sobre o cantador de coco de embolada Chico Antônio. Como em 2003 eu pesquisava sobre a expressão artístico-cultural do coco de embolada no Nordeste, o que encontrei no RN remetia ao que havia sido publicado por Helio Galvão em sua trilogia: "Cartas da Praia, Novas Cartas da Praia" e "Derradeiras Cartas da Praia & outras notas sobre Tibau do Sul", explica a pesquisadora.

Durante uma conversa informal com o presidente da Capitania das Artes, Dácio Galvão, em setembro de 2004, Gilmara Benevides manifestou o interesse em escrever sobre o pai dele, Helio Galvão. "Escolhi escrever sobre ele antes de tudo porque, além da série "Cartas da Praia", ele publicou duas outras obras primas: "O Mutirão no Nordeste" e "História da Fortaleza da Barra do Rio Grande". Depois, porque queria muito escrever a biografia de um intelectual e este estudo foi pioneiro para mim em diversas frentes", afirma a historiadora.Para constituir o livro, foram dois anos de pesquisa e oito meses de escrita.

As entrevistas tiveram início em março de 2005, com término em setembro de 2006. As leituras, que haviam começado na mesma época, continuaram até outubro de 2007. "A pesquisa direta às fontes do acervo da Fundação Helio Galvão começaram em maio de 2007 e se estenderam até outubro. O processo de escrita foi o mais intenso, no curto espaço de tempo entre outubro e junho deste ano. Posso dizer que não tive problemas, exceto a auto-exigência. Cheguei até a pensar que não fosse concluir o livro, mas agora que ele está pronto, só tenho recebido elogios", fala Gilmara. Em sua trajetória, Hélio Galvão criou algumas polêmicas, com destaque para a que tratava da denominação da Fortaleza dos Reis Magos. O intelectual comprovou que era a construção de uma fortaleza e não de um forte. Outra discussão polêmica dele era que o correto era dizer "Cidade de Natal" e não "Cidade do Natal".

domingo, 13 de abril de 2008

Biografia investiga trajetória intelectual de Hélio Galvão


Matéria publicada em 20/10/2007 às 11h38min Texto publicado na íntegra em: http://www.nominuto.com/cultura/biografia_investiga_trajetoria_intelectual_de_helio_galvao/8682/

Historiadora Gilmara Benevides apresenta, em livro, vida de intelectual que marcou estudos historicos e etnográficos no RN.
Por Alex de Souza

Um intelectual que, em busca do próprio passado, acabou descobrindo a nossa história. Assim foi Helio Galvão, de acordo com o perfil traçado pela historiadora Gilmara Benevides no livro Helio Galvão: O Saber Como Herança (160 páginas, R$ 20). A obra tem projeto gráfico e ilustrações do artista plástico Cláudio Damasceno. A obra foi lançada na última sexta (19), durante a inauguração da praça que leva o nome do advogado, etnógrafo, historiador, professor e membro da Academia Norte-Riograndense de Letras que, se estivesse vivo, completaria 85 anos neste sábado (20).

Segundo a escritora, o interesse pela história de Helio Galvão surgiu durante a pesquisa para o livro anterior dela, O Canto Sedutor de Chico Antônio, ensaio biográfico sobre o cantador de coco de Pedro Velho que encantou o escritor Mário de Andrade na década de 20 do século passado.“Pesquisando a bibliografia sobre o coco, acabei encontrando os livros de Helio Galvão em que ele fala sobre o coco de zambê. Acabei descobrindo a obra de um autor que, ao empreender a pesquisa a partir do seu local de origem, acabou nos legando um importante conjunto de obras, como a História da Fortaleza da Barra do Rio Grande, O Mutirão no Nordeste e as Cartas da Praia”, enumera. “Esses livros são grandes exemplos de um conjunto que apresenta um rigoroso método etnográfico e historiográfico”, afirma.

Vida e obra de Helio Galvão


Publicado no Dia 23/11/2007 - leia texto na íntegra http://www.correiodatarde.com.br/editorias/guia_do_correio-24174

Advogado, escritor e membro da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, Hélio Mamede de Freitas Galvão, mesmo hoje, é considerado um dos grandes nomes da elite cultural do Estado. Sua memória, além do cenário cultural e político de sua época, chegam aos leitores pelas páginas do livro Hélio Galvão - O Saber Como H erança, de Gilmara Benevides Costa, que será lançado na quarta-feira (28/11), às 19h, na Livraria Siciliano do Midway Mall.

O novo livro de Gilmara, acima de tudo, consiste em uma obra sobre a história do Rio Grande do Norte, traçada desde a expedição que trouxe para o Estado João Lostao Navarro, o mais antigo ancestral de Hélio Galvão, até a contemporaneidade. "O livro é onde exercito como técnica uma literatura aprofundada na historiografia norte-rio-grandense e de leitura acessível à maioria das pessoas", explica a autora.

Com ilustrações do artista plástico Claudio Damasceno, Hélio Galvão - O Saber Como Herança, através de uma narrativa particular da autora, traça a radiografia a trajetória humana e toda riqueza cultural produzida por ele. "Em uma obra sobre este intelectual i nevitavelmente trataria sobre a política e cultura do Estado. Como metodologia, utilizei a Nova História Cultural, o que quer dizer que no livro insiro um embasamento científico, todavia sem ser hermético", explica Gilmara.

A autora reconstituiu a vida e a obra de Hélio Galvão a partir do acervo dele, preservado na Fundação Hélio Galvão. Com essa biografia, Gilmara pretende incentivar professores a iniciarem seus alunos na leitura de nossos escritores, na perspectiva de incentivar prováveis novos autores e autoras. Esse é um livro também dedicado ao público em geral, que deseja mergulhar na história do nosso Estado.